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quinta-feira, 24 de março de 2011

Por que ser autêntico é tão importante

Norah Jones estourou na cena musical em 2002. Seu álbum de estreia, “Come Away With Me”, vendeu mais de 6 milhões de cópias e ela ganhou cada um dos oito Grammy aos quais foi indicada. Sua música agradou em cheio aos entusiastas do velho jazz, mas ao mesmo tempo muita gente questionava se a música de Norah Jones era jazz de verdade.
Era também a primeira vez que o selo Blue Note, famoso por produzir apenas peso-pesados do jazz tradicional, relaxava um pouco no rigor dessa determinação e lançava uma cantora que não era uma unanimidade entre os apreciadores desse estilo musical. Muitos tradicionalistas acusaram o Blue Note de não se manter leal ao jazz, de não ser verdadeiro.
Na esteira do imenso sucesso do primeiro álbum, os produtores de Norah Jones levaram a jovem de apenas 23 anos de volta para o estúdio para gravar um álbum mais pop, que supostamente a aproximaria mais de outros jovens de sua idade.
Depois de gravado, porém, concluiu-se que seria um erro lançar o novo álbum. E por quê? Porque ele iria contra tudo o que Norah Jones acreditava, contra seu estilo, contra os seus fãs já conquistados. Em suma, não seria autêntico.

Seja fiel à sua essência
O disco certamente daria lucro, mas era o álbum errado na hora errada, e poderia até ter destruído a carreira de Norah Jones. Ao abandonar a ideia desse álbum, ela foi atrás de um projeto de longo prazo, que consolidasse seu trabalho na linha que ela tinha escolhido. Foi só dois anos depois, em 2004, que a cantora lançou “Feels Like Home” – com um estilo que é nitidamente dela. Se, lá atrás, Norah Jones tivesse saído do estúdio com um álbum que não era a cara dela, ela poderia ter perdido e nunca mais recuperado sua legião de fãs. Eles teriam achado – e com razão – que ela só estava querendo vender, pouco se importando se sua nova música estava soando falsa. Pouco se importando com seu público.

Talvez esta seja a melhor lição para toda e qualquer pessoa ou empresa que pretende conquistar o mercado: ser autêntico é a coisa mais importante do mundo. Veja bem: ser autêntico não significa necessariamente ser original. Significa escolher um caminho, uma identidade, e manter-se nele.
Mas, antes de ser fiel à sua essência, você deve descobrir que essência é a sua, afinal. Jim Collins, no bestseller Good To Great, lembra que empresas bem sucedidas são aquelas que têm muita clareza sobre três aspectos:
  • Pelo que você é realmente apaixonado
  • No que você pode ser o melhor do mundo
  • O que guia o seu equilíbrio econômico e financeiro
Mais do que um intento ou objetivo a ser alcançado, isso deve ser um entendimento, uma profunda compreensão de quem você (ou a sua empresa, nesse caso) é.
Como definir a sua identidade
Para determinar qual é a verdadeira identidade do seu negócio, você deve pensar em:
  1. A essência da companhia. Qual é afinal o seu core business, o seu negócio
  2. A natureza do que você vende. O que você oferece aos outros.
  3. Os efeitos da herança. Onde e quando você se tornou quem é hoje.
  4. O seu propósito. Por que você está nesse negócio.
  5. Os valores. Como a sua identidade se manifesta publicamente.
A autenticidade (manter-se fiel à imagem que se criou e se vendeu por primeiro) é uma das quatro coisas que o consumidor mais preza em uma marca. James Gilmore e B. Joseph Pine II, em Authenticity, lembram que as outras são:
  • Disponibilidade: o consumidor quer comprar a qualquer tempo e de fornecedores confiáveis
  • Custo: um preço justo é fundamental
  • Qualidade: o desempenho do produto é o que atesta se valeu a pena comprá-lo
É isso o que faz a verdadeira “experiência” do consumo transformar-se em algo duradouro e inesquecível.
Fonte: http://exame.abril.com.br

Para quem quiser curtir um pouco desta ótima cantora...

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